Tem início hoje o Simpósio Vivo Arte.mov, alcunhado de "Apropriações do (in)comum: espaço público e privado em tempos de mobilidade". O line-up internacional é impressivo: destaque para Mirjam Struppek (Urban Screens) [ei, editores, acertem o nome da moça no site!], Nick Tandavanitj (Blast Theory) e a blogger celebrity Régine Debatty [parece que a moça gostou de São Paulo: I arrived yesterday in São Paulo and i still have to recover from the shock. This is the new Berlin, the new New York, the new 'i've never seen such an exciting place before.']. Aparentemente, o eixo central dos conteúdos temáticos gira em torno de como o espaço físico e espectral pode ser encarado como uma espécie de bem comum (commons). Quanto ao segundo caso, o espectro eletromagnético não é uma quitinete, mas sim um enorme pasto etéreo onde artistas se tornam produtores (no sentido benjaminiano) e usuários finais broadcasters. Se for isso, o programa é atual, premente, urgente. Será que a besta vai ser contestada de dentro de seu próprio ventre, por Jonas tecnológicos irados? A se ver.
UPDATE (2/12): Texto sobre políticas de uso do espectro eletromagnético.
27.11.08
12.11.08
Horror Vacui
Ao invés de criticar o formato da Bienal de Artes de São Paulo, talvez seja mais produtivo fazer “associações livres” em relação à “planta livre” do Niemeyer. Na Folha do último domingo, o crítico Jorge Coli lembrou que Yves Klein pintou de branco a galeria Iris Klert em Paris, na década de sessenta. Na mesma década, em 1969, Robert Barry divulgou panfletos apócrifos sobre o fechamento da galeria que o convidou para montar uma exposição. Em 1973, Mierle Laderman Ukele trancou as portas do museu Wadsworth Atheneum (Connecticut, EUA), numa performance durante a qual discutiram-se os sistemas de poder dos museus de arte. Curiosos são os desdobramentos dessas ações. Por exemplo, durante sua residência no OCAD (Ontário College of Art & Design), em 2007, Rirkrit Tiravanija foi convidado para uma individual na galeria da universidade. Corajosamente, ele resolveu apenas levantar um muro de tijolos na entrada de acesso ao espaço, sobre o qual pichou: NUNCA TRABALHE (imagem acima). Um truque? Não. Internamente, foi desenvolvida uma instalação de arte e vida, revelada ao público apenas meses depois, transformando desconfiança generalizada em expectativas preenchidas. Fala-se muito hoje em exposições “sem forma”, principalmente depois da Documenta 12. Mas o que acontece no Ibirapuera talvez seja algo “sem estribeira”.
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