25.5.06

Revolução Simbólica

O Fórum Conexões Tecnológicas, organizado por Patricia Canetti, Priscila Arantes e Renata Motta, começa amanhã. Mas o formato inovador possibilitou um "warm-up" das discussões por meio de um sistema de discussão embutido no Canal Contemporâneo (ver o roteiro aqui). Um dos temas que têm gerado boas discussões é "Arte e netativismo", em função do recente caso PCC. Outra boa discussão é fruto do tema "Software livre e globalização contra-hegemônica".


Alguns apontamentos com relação aos dois temas: quanto ao primeiro, claro, o burburinho fica por conta do PCC. Entretanto, talvez valha à pena fugir um pouco do efeito "panico no galinheiro" (apud Demétrio Magnoli) e trazer à tona o recente desligamento do curador Chris Gilbert do ciclo Now-Time Venezuela: Media Along the Path of the Bolivarian Process, realizado em Berkeley Art Museum. A diretoria simplesmente censurou os textos de parede de Gilbert, que conclamava o público a se solidarizar com a revolução bolivariana, em curso na Venezuela. O último trabalho de Dario Azzellini e Oliver Ressler, sobre a co-gestão em cinco fábricas, quase ficou descontextualizado. Por quê o império não aceita algo que se diferencie do capitalismo agonizante e da democracia disfuncional? Há um embate simbólico no ar... Tente ver a produção, por exemplo, da Catia TVe, um canal comandado inteiramente pela periferia de Caracas. Quanto ao tema das hegemonias, citamos o grande antropólogo Marshall Sahlins: And surely it is a cruel post-modernist fate that requires the ethnographer to celebrate the counterhegemonic diversity of other people’s discourses — the famous polyphony or heteroglossia — while at the same time he or she is forced to confess that shis own scholarly voice is the stereotypic expression of a totalized system of power. It seems that imperialism is the last of the old-time cultural systems. Ours is the only culture that has escaped deconstruction by the changing of the avant garde, as it retains its essentialized and monolithic character as a system of domination. So anthropologists can do nothing but reproduce it. Advanced criticism thus becomes the last refuge of the idea that the individual is the tool of shis culture. Which also proves that those who are ignorant of their own functionalism are destined to repeat it — the second time as farce. (Waiting for Foucault, Still, 2002)

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