31.10.07

Rio or bust!

Oi Futuro e poesia visual. Thomas Wohlahrt (Zebra Poetry Film Festival / Literaturwerkstatt Berlin), André Vallias, Adolfo Montejo Navas...

30.10.07

Efeito Geleca

Dizem que arquitetura é escultura musical, mas há quem faça esculturas musicais propriamente ditas. É o caso da performance White Lives on Speaker, apresentada no Ars Electronica desse ano. Elementos básicos: amido de milho, speaker e tons de 120hz produzidos por softwares do tipo ToneGen. Sem dúvida há padrões emergentes, mas nada que não se possa ver ao bater claras em neve, por exemplo. Um efeito semelhante - sem pretensões artísticas - foi registrado na categoria “fluidos não-newtonianos” no ótimo Lucid Movement, repositório de vídeos acelerados e em câmera lenta (imagem abaixo).

24.10.07

Brinquedos Densos

O trabalho do Paramodel (nome da dupla formada pelos artistas japoneses Yasuhiko Hayashi e Yusuke Nakano) e No - Signal (? Help) (imagem abaixo), do artista coreano Kyung-Ho Lee, não inspiram o lúdico, apesar de usarem brinquedos de criança. O resultado é intimista, particularista e introspectivo. Os trilhos da TOMY do Paramodel são instalados sobre as mais diversas superfícies (inclusive as aquáticas) e configuram um trajeto paradoxal, que vai de nenhum lugar a lugar nenhum. A montanha-russa de Lee traz à tona lembranças vertiginosas do artista, as quais são projetadas de forma fragmentada ao lado da instalação. Definitivamente, o mal estar causado por sendas não funcionais e histórias pessoais mal resolvidas são temas densos demais para os infantes.

17.10.07

Meda!

É impressão, ou um clima de paranóia aninhou-se em corações e mentes de artistas e pensadores contemporâneos? O assunto da privacidade e vigilância voltou à pauta do dia, vide o tema do Ars Electronica desse ano, evento no qual o Itaulab esteve presente in loco. Pergunta Gerfried Stocker, um dos diretores, no texto de introdução do catálogo: o que temos à disposição para contra-atacar as tecnologias de vigilância e controle? Uma possível resposta: as mesmas ferramentas aplicadas pelos supostos Big Brothers de plantão. Brian Holmes, em texto recente, intensifica a paranóia ao colocar a cibernética como uma das ferramentas com as quais o capitalismo selvagem invade e controla nossas vidas. Mas até o asfalto de Washington, DC sabe que a ciência e a tecnologia são amorais por natureza, e que seus usos são definidos por humanos. Por mais assustador que seja o cenário, é pouco provável (ao menos em curto prazo) que uma raça de andróides domine os humanos e instaure um verdadeiro "cibercapitalismo", nas próprias palavras de Holmes. Se a estratégia do capitalismo é chocar seu próprio ovo de serpente - na forma de uma rede mundial de computadores descentralizada e uma diversidade de antropologias antropofágicas - então como explicar a paranóia generalizada? Talvez porque esteja em nossos genes o código de um medo absoluto. Não que visões mais otimistas eximam-nos de uma postura crítica e combativa. O que está bem longe de uma rendição incondicional ou um medo primevo.

2.10.07

Hibernator

Talvez não seja mais novidade, mas Rhizome.org postou algo sobre Destino, a animação resultante da parceria entre Walt Disney e Salvador Dali, que acabou não decolando por simples descrédito. Entretanto, há algo bem mais interessante no horizonte: Prince of the Petrified Forest. O filme – fruto da parceria entre London Fieldworks (coletivo britânico formado pela dupla Bruce Gilchrist e Jo Joelson) e o escritor Steve Beard (o texto é puro Thomas Pynchon) – tem como personagem principal o boneco animatrônico de Walt Disney e uma série de stills que remetem ao famoso desenho animado Bambi. O que em princípio seria um ingênuo plano-seqüência transforma-se numa avalanche hipnótica envolvendo substâncias psicoativas, criogenia ficcional, cultura pop americana distorcida e demonismo indígena. O boneco de Walt Disney, uma sátira ao mito de seu congelamento, existe de verdade e foi apresentado no Beaconsfield Contemporary Arts, em Londres. Infelizmente, o vídeo não está na Internet (ainda!).