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Ao final de um
texto sobre arte generativa, a
supermoderna Susanne Jaschko conclui:
For the same reason (…) generative art does not play a larger role in the contemporary art discourse, which has just started to slowly rediscover the value of the retinal - for instance through Gerhard Richter’s paintings. Compared to those generative art offers much more complexity and a sensory experience that is theoretically infinite. Apesar de ser tentador desenvolver um comentário sobre o belo e o sublime na “arte tecnológica” (daqui em diante a expressão virá em aspas para frisar seu caráter contestado e para motivar a campanha
ARTE TECNOLÓGICA TAMBÉM É ARTE CONTEMPORÂNEA), o que interessa no momento é a citação de Richter e, por extensão, da pintura como um todo. Não é de hoje que incautos apontam para a morte da pintura e isso está causando certo desconforto existencial. Coincidentemente, o batalhador Roberto Rugiero, da
Galeria Brasiliana, entrou em contato conosco hoje para falar sobre Ranchinho, falecido pintor brasileiro que tinha vários
handicaps, físicos e mentais. Além das conexões óbvias com o Bispo do Rosário, há uma conexão livre com o trabalho de
Henry Darger, um falecido faxineiro de Chicago que virou um dos ícones dos
outsiders. Nas palavras de Rugiero:
o interessante de Ranchinho é que ele fica dentro do realismo, um realismo paralelo. Seus trabalhos sobre o lobisomem são impressionantes. Será que ele viu algum? Incrível, pois têm a descrição exata dos que afirmam tê-lo visto: a parte traseira mais elevada, as longas orelhas, que produzem o flap-flap, denunciador de sua presença, a língua sangrenta. Seus gatos são na verdade auto-retratos. Seus trens são flagrantes do Absoluto. Em suma, o trabalho de Ranchinho merece uma exposição individual. E urgente!