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A arte contemporânea em alguns momentos sofre de falta de imaginação, dando margem para instalações de péssimo gosto, como o suposto cão morrendo de fome do costarriquenho Guillermo Vargas, conhecido como “Habacuc” (como foi constatado depois, o cachorro não morreu de fome, mas sim fugiu numa distração do vigilante do museu; aliás, nem era a
intenção do artista deixar o cachorro morrendo de fome; ele foi mais uma vítima dos linchadores de plantão). Mas há sempre alguém disposto a ser a tábua de salvação, como é o caso de Jonathan Schipper com sua instalação
Slow Inevitable Death of American Muscle, uma batida de frente em
slow-motion. Como era de se esperar, muita gente
torceu o nariz. Conceitualmente, é impecável. No mínimo, ballardiana.