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Há muita desconfiança em torno do filme
Avatar, de James Cameron. "Intelectuais" de plantão têm atacado o roteiro que, segundo dizem, é
déjà vu. Ora, não precisa ser doutor em arte para saber que clichês bem trabalhados transmutam-se em ouro. Ignorar o marco técnico do filme com a alegação de falta de qualidade do roteiro é, no mínimo, empáfia de intelectual liberal mal resolvido. E olha que o roteiro nem é tão ruim, já que é uma versão de
Um Homem Chamado Cavalo, de Elliot Silverstein (um dos melhores
westerns de todos os tempos). Com relação à
língua artificial falada pelo povo Na'vi, não se via um trabalho tão bem executado desde a língua dos neandertais criada por Anthony Burgess para o filme
A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud. Tanto as pesquisas de exobiologia (item bastante criticado por "intelectuais" supracitados) quanto o aspecto técnico (câmeras estereoscópicas, técnica de
motion capture, direção de atores no universo virtual em tempo real, etc.) são - anotem essa palavra em seus
moleskines, senhores "intelectuais" - impecáveis. Qualquer um que trabalha com
cultura digital contemporânea tem a obrigação de ver esse filme (foi irresistível cortar a palavra "digital" da sentença anterior). Por enquanto, a melhor
(anti)resenha do filme foi escrita por Lúcio Manfredi. Bom 2010 a todos e até breve.