No dia 10, as curadoras da exposição "Cinético_Digital" vão discursar sobre a exposição com o objetivo de apagar um mal entendido que saiu na Folha no dia 16 de julho. Segundo a crítica publicada, a incorporação dos objetos cinéticos de Palatnik dentro da categoria "instalações" era por demais forçada. João Domingues, do Canal Contemporâneo, publicou um texto das curadoras bastante esclarecedor, no qual há o seguinte trecho: No módulo instalações, são os trabalhos de Abraham Palatnik (1928) que iniciam o percurso do visitante. O princípio orientador do módulo diz respeito às propostas de mediação entre obra e receptor, pensadas desde a arte cinética. Quando começou sua pesquisa cinética no contexto da arte, Palatnik estava experimentando novos caminhos sobre as relações sensoriais e perceptivas entre obra e espectador. Devido a esse fato, suas idéias passaram a ser referências fundamentais na criação da arte interativa. Nos cinéticos de Palatnik, o movimento real da própria obra, construído por meio de artefatos industriais-mecânicos, é utilizado como princípio poético. Este é perseguido na intenção de provocar diferentes modos de organização da sensibilidade, os quais visam capturar o receptor por meio da renovação de práticas receptivas. Nada como uma cor-luz no final do túnel...
8.8.05
Sentidos e Processos
Anotem em suas agendas: o seminário "Sentidos e Processos" começa amanhã, às 20:00, na sala azul do Itaú Cultural, em São Paulo. Imperdível o palestra inicial de Bill Seaman, um artista americano que atua na fronteira entre a poesia, música e videoarte. Seu texto "OULIPO | VS | Recombinant Poetics" é seminal, pois recupera o projeto Ouvroir de Litterature Potentielle e o coloca frente a frente com a cultura da remixagem, outro tema que será abordado no seminário no dia 10. O projeto OULIPO, estabelecido por um grupo de escritores em 1965, pretendia aplicar a matemática na literatura, gerando um tipo de poesia calistênica ao exercitar uma verdadeira "ginástica textual". Queneau, por exemplo, escreveu um enorme lipograma, isto é, um livro composto inteiramente por palavras sem a letra "e". O texto, elaborado sob essa absurda constrição, exaltava a chamada Bela Ausente (Le Belle Absente), ou a falta propositada de um elemento ortográfico crucial ao longo de um texto. Seaman parte dessa premissa ao criar instalações que produzem resultados emergentes por meio de regras explícitas, estipuladas por constrições de todos os tipos (Aliette Guibert escreveu que a experiência de carregar o site Kunstradio num Windows 95 é semelhante a escrever um lipograma oulipiano).
No dia 10, as curadoras da exposição "Cinético_Digital" vão discursar sobre a exposição com o objetivo de apagar um mal entendido que saiu na Folha no dia 16 de julho. Segundo a crítica publicada, a incorporação dos objetos cinéticos de Palatnik dentro da categoria "instalações" era por demais forçada. João Domingues, do Canal Contemporâneo, publicou um texto das curadoras bastante esclarecedor, no qual há o seguinte trecho: No módulo instalações, são os trabalhos de Abraham Palatnik (1928) que iniciam o percurso do visitante. O princípio orientador do módulo diz respeito às propostas de mediação entre obra e receptor, pensadas desde a arte cinética. Quando começou sua pesquisa cinética no contexto da arte, Palatnik estava experimentando novos caminhos sobre as relações sensoriais e perceptivas entre obra e espectador. Devido a esse fato, suas idéias passaram a ser referências fundamentais na criação da arte interativa. Nos cinéticos de Palatnik, o movimento real da própria obra, construído por meio de artefatos industriais-mecânicos, é utilizado como princípio poético. Este é perseguido na intenção de provocar diferentes modos de organização da sensibilidade, os quais visam capturar o receptor por meio da renovação de práticas receptivas. Nada como uma cor-luz no final do túnel...
No dia 10, as curadoras da exposição "Cinético_Digital" vão discursar sobre a exposição com o objetivo de apagar um mal entendido que saiu na Folha no dia 16 de julho. Segundo a crítica publicada, a incorporação dos objetos cinéticos de Palatnik dentro da categoria "instalações" era por demais forçada. João Domingues, do Canal Contemporâneo, publicou um texto das curadoras bastante esclarecedor, no qual há o seguinte trecho: No módulo instalações, são os trabalhos de Abraham Palatnik (1928) que iniciam o percurso do visitante. O princípio orientador do módulo diz respeito às propostas de mediação entre obra e receptor, pensadas desde a arte cinética. Quando começou sua pesquisa cinética no contexto da arte, Palatnik estava experimentando novos caminhos sobre as relações sensoriais e perceptivas entre obra e espectador. Devido a esse fato, suas idéias passaram a ser referências fundamentais na criação da arte interativa. Nos cinéticos de Palatnik, o movimento real da própria obra, construído por meio de artefatos industriais-mecânicos, é utilizado como princípio poético. Este é perseguido na intenção de provocar diferentes modos de organização da sensibilidade, os quais visam capturar o receptor por meio da renovação de práticas receptivas. Nada como uma cor-luz no final do túnel...