21.11.06

Cyber'n'Ethics

Em seu último artigo para a Wired News, o escocês Nick Currie (o Momus) pergunta até que ponto as novas quinquilharias tecnológicas que nos assolam quase diariamente são acompanhadas por discussões sobre ética (Os novos produtos melhoram o mundo, a sociedade, as pessoas? Melhorará algumas vidas ao custo de outras? Como alterará as relações entre seres humanos?). André Vallias, inspirado por uma notória palestra de Heinz von Foerster, também pergunta: Temos drum'n'bass e rock'n'roll. Quando teremos cyber'n'ethics?. Sim, o excesso de gadgets - Zune, Wii, PS3, iPhone, etc. - pode prejudicar a existência humana, ao invés de incrementá-la. É o que afirma o grande Octavio Paz, num obrigatório artigo publicado na revista RAIZ: A tecnologia é internacional. Suas realizações, seus métodos e seus produtos são os mesmos em qualquer canto do mundo. Ao suprimir as particularidades e peculiaridades nacionais e regionais, ela empobreceu o mundo. Tendo se espalhado de uma ponta à outra da Terra, a tecnologia se tornou o agente mais poderoso da entropia histórica. Suas conseqüências negativas podem ser resumidas em uma frase sucinta: ela impõe uniformidade sem promover unidade. Ela nivela as diferenças entre culturas e estilos nacionais distintos, mas não consegue erradicar as rivalidades e os ódios entre povos e estados. A tecnologia é triste, mas existe. E não podemos nos comportar como carneiros indo para o matadouro. Reflexão já. Quem sabe a demanda não seja realizada no F.A.q., evento promovido pelo SESC? Alguns dos participantes estão no panteão de heróis do Itaulab, como Suely Rolnik e Eduardo Viveiros de Castro.

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