Hoje tem (...) de Fred Forest no Itaú Cultural. A reticência foi proposital e significa que tudo pode acontecer, desde uma pegadinha, um prank ou mais uma daquelas famosas ações de subversão midiática soft. Fred é sempre uma surpresa. O que se sabe é que ele vai propor uma espécie de “reforma agrária” no Second Life e a performance dele estará atrelada às eleições municipais na França. Mundos argelino e brasileiro formarão um grande mesh-up unicultural em torno da questão da sustentabilidade. Quem vier, verá.
UPDATE (29/02): Para um público seleto, Fred avançou mais um passo em suas sublevações midiáticas, invadindo o universo do Second Life com o projeto do Território do M2 Artístico, o qual teve início na década de 70 numa região fronteiriça entre França e Suíça e tinha como mote a venda de “espaços de livre expressão” ao público, iniciativa que obviamente foi obstruída pelas autoridades. Depois de o avatar do Itaulab ter ouvido uma mensagem proferida no Centro Experimental do Território – um prédio que satiriza arquiteturas fascistas do tipo shopping centers – e passeado pelos metros quadrados em torno da construção, Priscila Arantes, curadora de uma retrospectiva do artista no Paço das Artes, contextualizou a performance para o público, remetendo-a a outros projetos de Fred. A ação virtual não teve nada de espetacular, como as reenactments que vêm pululando no Second Life ("7000 Oaks" de Joseph Beuys por Eva e Franco Mattes é o exemplo mais notório), mas foi absolutamente coerente com a linha de trabalho do artista. Não é prank (e aqui o blog se retrata); não é pegadinha. O público não se sentiu enganado ou vilipendiado, e sim saiu com a sensação de ter participado de algo que teve a sua importância, de ter “interagido”, enfim, com uma revolta silenciosa, porém altamente eficaz, contra as truculências do quarto poder.
UPDATE (1/03): Será que o Lula se inspirou em Fred ao criar o programa "Territórios da Cidadania"??? Tempos de globalização; tudo é possível...
28.2.08
25.2.08
Dança das Cadeiras
Uma nova instalação de Joseph Kosuth - autor de One and Three Chairs (1965), obra na qual o artista discute a questão do "correlativo-objetivo", isto é, o referente dos conceitos (imagem acima) - está na fachada de La Casa Encendida, um centro social e cultural em Madri. A nova instalação consiste de uma série de luminosos com excertos de autores latino-americanos como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Juan Carlos Onetti. Sobre a primeira obra, qual correlativo-objetivo Kosuth escolheria para a cadeira-parasita de Simone Harbert (imagem abaixo)? Para a segunda, há um bom texto analítico de Laura Revuelta no ABCD las artes y las letras (dica de Magali Melleu).
24.2.08
Japan Pop Show
No próximo dia primeiro de março será inaugurada no YCAM (Yamaguchi Center for Arts and Media) a exposição datamatics, uma série de quatro instalações de Ryoji Ikeda, compositor japonês que começou sua carreira de DJ em 1990. O músico, que pesquisa minuciosamente o campo do ultra-som e os efeitos das freqüências sonoras sobre a percepção humana, é conhecido por faixas com títulos singulares, como "0000000100". Mas é também um artista visual e, nessa exposição, os visitantes poderão constatar suas experiências com data art ("datamatics [ver 2.0]", concerto audiovisual), aleatoriedade ("data.tron", imagem acima), impressão microscópica em filmes de 35mm ("datafilm [no1-a]") e códigos de barras ("test pattern [no1]", imagem abaixo).
Dicas Duca
Vale muito à pena dar uma olhada no Top Ten do Raqs Media (coletivo de Nova Déli formado por Jeebesh Bagchi, Monica Narula e Shuddhabrata Sengupta) no site da Artforum. O grupo, presente em 2002 na primeira edição de Emoção Art.ficial com a obra "Location: Simultaneity, Time and E/motion", dá dicas finíssimas de artistas (Chen Zhen), filmes ("Subarnarekha"), livros ("The Travels of Ibn Battuta") e até quadrinhos ("The Invisibles", de Grant Morrison). Com relação ao número 7 da lista, o Itaulab se intromete com um 7,5: a promissora webcomics em capítulos FreakAngels (de Warren Ellis e Paul Duffield, imagem abaixo).
17.2.08
Remontagens
Talvez a primeira “wearable art” que se tem notícia, o quimono tecnológico “Electric Dress” (1957), de Atsuko Tanaka (abaixo) dialoga com “Fatherboard, the Superavatar” (2007), de Luigi Pagliarini (acima), um avatar que “escapou” do mundo virtual para conviver com os humanos (será que ele vai nos convidar para comer parafusos ao molho de óleo diesel, como queriam os futuristas?). Apesar de estar fora do contexto da negação (Robert Rauschenberg apagando De Kooning e irmãos Chapman distorcendo Goya), dá para citar um trecho de Teixeira Coelho no livro Coleção Itaú Contemporâneo: Para sorte do sistema da arte, que com isso se reforça, a memória das coisas da arte é fraca e novos escândalos se produzem a cada nova ação de negação da arte, por mais análoga que seja a alguma negação anterior.
UPDATE (18/02): incluir na negação o que fizeram com o condottieri de Urbino na última capa da revista Piauí. Sobre as duas obras de wearable art, substituir no texto de Teixeira a palavra "negação" por "afirmação".
UPDATE (18/02): incluir na negação o que fizeram com o condottieri de Urbino na última capa da revista Piauí. Sobre as duas obras de wearable art, substituir no texto de Teixeira a palavra "negação" por "afirmação".
12.2.08
Rádio-Chapéu
Ricardo Nascimento (ganhador de Rumos - Arte Cibernética) e Ebru Kurbak apresentarão o projeto "Taiknam Hat" no Social Fabrics: Wearable + Media + Interconnectivity, evento de wearable art que acontece em Dallas, Texas, no dia 22 de fevereiro. O projeto consiste num chapéu cinético que reage ao meio ambiente de acordo com os sinais radiofônicos de onda média.
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