30.6.09

Conversações Não-Ortodoxas

Após um ano de pesquisas e um número infindo de videogames testados, tem início hoje a exposição GamePlay. A proposta não é tecer encômios aos jogos eletrônicos, o que seria óbvio por demais. Mesmo porque ela não abriga apenas videogames, como também instalações interativas. Portanto, o que está em jogo (trocadilho em alusão a um dos materiais de comunicação) é a relação entre humanos e máquinas, ou o que é chamado tecnicamente de Human–computer interaction (HCI). É como se a idéia de “estética relacional”, desenvolvida por Nicolas Bourriaud, se estendesse para fora dos espaços de convivência e das micro-revoluções e invadisse um campo onde a conversação se dá em outros tipos de “formas-mundo”, onde é possível desenvolver outros tipos de relações e outras maneiras de projetar possibilidades. É desejável – com a licença de Bourriaud – chamar esse tipo de estética de “estética da interação”, em que as relações internas do algoritmo extrapolam para uma semântica entre o “observador-manipulador” e uma máquina de reiterações. Apesar de a grade conceitual cibernética estar presente, o evento não é “ciberdeterminista”, já que aposta nas relações semânticas entre humanos e máquinas e não apenas nas relações sintáticas encasteladas por objetos técnicos.