Um dos traumas da cultura ocidental são as apropriações de conceitos, idéias, etc. Uma imagem mental é algo que se pode cercear como uma propriedade física? Uma das soluções para esse problema é reinstalar a noção de sincronicidade para justificar as coincidências simbólicas que ocorrem em tempos e espaços diferentes.
O prólogo é para comentar sobre "A Invenção de Loren", peça da dramaturga e diretora Ana Roxo que estreou no espaço dos Satyros Dois, em São Paulo. Basicamente, o argumento é sobre uma empresa especializada em fornecer amigos imaginários para pessoas solitárias. Há um foco em mulheres virtuais, e um exemplo que vêm à cabeça é a Gazira Babeli. De qualquer modo, é absolutamente incrível a semelhança da dramaturgia com o projeto LOREN, THE TEXTUAL-WOMAN, de 1997. Não há uma acusação de plágio. Há apenas o desejo de entender a sincronicidade. Nada mais. Há também o desejo de comentar o fenômeno com a diretora. Ana Roxo: você está copiando (na acepção radioamadora)? Se sim, entre em contato, por favor.