17.12.07
SimCity For Real
30.11.07
Vida (Artificial e Natural)
Os vencedores do prêmio Olympus BioScapes (concurso de microscopia óptica digital) e do prêmio VIDA 10.0 (concurso de a-life da Fundación Telefónica) já estão sendo soprados aos quatro ventos...
28.11.07
Realismo Paralelo
18.11.07
16.11.07
Total
Imperdível e emocionante a exposição Kurt Schwitters 1887-1948 | O Artista Merz, na Pinacoteca do Estado até o dia 2 de dezembro. Schwitters foi um artista total e (talvez) o único a levar em conta a idéia de hilomorfismo, que conceitualmente identifica a substância com a forma. Ele até criou um movimento próprio, o Merz, um fragmento da palavra alemã para “comércio” que "por acaso" surgiu em uma de suas colagens. Há um pouco de tudo na exposição, como os retratos que fazia para ganhar a vida e até uma réplica do Merzbau, um ambiente que materializa o conceito construtivista de envolvimento total (e também o wagneriano de obra de arte total). Será que o Henrique Oliveira viu o Merzbau? Provavelmente, sim...
15.11.07
Pintar o Trenzinho
A velha equação de como inserir obras de graffiti em galerias (e como fazê-las entrar em instâncias de "commoditização") foi resolvida pela Ghetto Mansion, em Los Angeles. Uma solução para lá de simples, mas incrivelmente bem bolada. Como a Choque Cultural não pensou nisso antes?
13.11.07
Labirintite Digital
8.11.07
Pop Surrealismo
Qual é a única diferença entre Jim Woodring (acima) e Roy Lichtenstein (abaixo)? Ora, a palavra surrealismo!
31.10.07
Rio or bust!
Oi Futuro e poesia visual. Thomas Wohlahrt (Zebra Poetry Film Festival / Literaturwerkstatt Berlin), André Vallias, Adolfo Montejo Navas...
30.10.07
Efeito Geleca
24.10.07
Brinquedos Densos
O trabalho do Paramodel (nome da dupla formada pelos artistas japoneses Yasuhiko Hayashi e Yusuke Nakano) e No - Signal (? Help) (imagem abaixo), do artista coreano Kyung-Ho Lee, não inspiram o lúdico, apesar de usarem brinquedos de criança. O resultado é intimista, particularista e introspectivo. Os trilhos da TOMY do Paramodel são instalados sobre as mais diversas superfícies (inclusive as aquáticas) e configuram um trajeto paradoxal, que vai de nenhum lugar a lugar nenhum. A montanha-russa de Lee traz à tona lembranças vertiginosas do artista, as quais são projetadas de forma fragmentada ao lado da instalação. Definitivamente, o mal estar causado por sendas não funcionais e histórias pessoais mal resolvidas são temas densos demais para os infantes.
17.10.07
Meda!
2.10.07
Hibernator
5.9.07
Vida!
23.8.07
Clássicos Pictóricos da Ficção Científica
2.8.07
FHC na Abadia Virtual
FHC imerge na “Abadia Virtual”, apresentado na exposição Memória do Futuro. O produto do Itaulab é uma recriação detalhada do mosteiro de São Bento, recurso ideal para restauradores, arqueólogos e arquitetos. Em segundo plano, GAFBF, elemento do laboratório de novas mídias do Itaú Cultural.
30.7.07
Curto e Intenso
24.7.07
Dois Famosos Games com Roupagens Diferentes
19.7.07
A Onça e o Espelho
O Espaço Memória do Futuro no Second Life está apresentando, em seu telão hiperscope, as duas primeiras partes de i.Mirror, trabalho que a artista chinesa Cao Fei elaborou especialmente para a Bienal de Veneza. O próprio avatar da artista – China Tracy – atua numa espécie de machinima (cinematografia baseada em games) no Second Life, encontrando-se com outros avatares e filosofando sobre os efeitos da representação dentro de um universo imaterial. O trabalho virtual de Fei faz parte de uma instalação montada no pavilhão Arsenale, onde ela levantou uma estrutura inflável branca que tem sido usada como espaço de chill-out. O trabalho de Fei ativa uma série de interpretações e pensamentos "antropológicos" e isso vem a calhar após a palestra de Eduardo Viveiros de Castro no Simpósio Memória do Futuro, em que ele explicou a sua versão de tradução e relativismo, chamada de perspectivismo ameríndio. Em temos gerais: imagine-se vendo uma onça bebendo o sangue de uma presa abatida. Para nós, humanos, a onça bebe sangue; mas para a onça, é cerveja. A onça encara o mundo como os humanos o fazem. Portanto, haveria uma unidade cultural, uma alma do mundo, em contraponto a uma natureza múltipla, composta de diversos agentes corporais, a única via de diferenciação. Nos universos virtuais esse conceito é ampliado por meio de uma estranha metalinguagem: a sensação da multiplicidade dentro da natureza virtual é mais intensa e a variação dos corpos etéreos que o atravessam é mais nítida. A cultura que a sustenta, por outro lado, gera uma unicidade mais forte. A celebração da diversidade "corporal" e de uma cultura unívoca: parece ser essa a mensagem de China Tracy, ou melhor, Cao Fei.
7.7.07
Crise = Oportunidade
Ontem aconteceu a terceira mesa do Simpósio Memória do Futuro com Eduardo Viveiros de Castro e Julian Dibbell. Bem, não com o corpo do último, mas sim seu avatar. O que não deixa de ter sentido num evento em que a virtualização é seu mote e seu princípio motor. O etnólogo digital teve problemas com o visto (senhores embaixadores: vamos acabar com a guerra da reciprocidade?) e não conseguiu embarcar a tempo para o Brasil. A equipe do Itaú Cultural envolvida com o projeto teve um princípio de choro e, em seguida, uma postura típica de Cassandra. No dia seguinte, o espírito de Cândido, o otimista, tomou conta de todos e um mutirão foi formado para se criar uma solução. Por que não colocar o avatar de Dibbell no Second Life (que, como é possível verificar na imagem acima, parece-se muito com ele) para falar ao vivo via Skype? A equipe de produção mobilizou-se para construir uma estrutura que, pelo que se tem notícia, apenas Philip Rosedale, CEO da Linden, consegue realizar. Dibbell teve o apoio de Falk Bergman, o avatar proprietário de uma livraria no SL que, além de comercializar livros reais, possui em seus jardins lindas cerejeiras e um telão de data show para apresentações. Foi nesse telão que Dibbel passou sua mensagem: a teoria do ludocapitalismo e sua recente experiência na China com os “garimpeiros”, jovens que vivem da venda de objetos virtuais, como tapetes de pele de urso, etc (ver post abaixo). Eduardo Viveiros de Castro, que tem tido problemas com o translado físico de seu corpo devido ao motim dos controladores de vôo e ao infame overbooking das companhias aéreas, ficou atônito. A experiência foi tão bem sucedida que o palestrante ausente conseguiu inclusive responder às perguntas da platéia. E por que não tivemos essa idéia antes?, perguntamos a ele. Because it's lunacy?, foi a sua pronta resposta.UPDATE (17:52): A versão do Julian sobre esse ocorrido.
UPDATE (22:02): Aquela expressão citada por Julian ao final de sua palestra é Uncanny Valley, basicamente, um robô em forma humana causa menos empatia emocional que um personagem de desenho animado (realista ou não).
UPDATE (10/07): Hoje a Folha publicou a história (entrevista com Dibbell e Guest). Talvez pudessem ter explorado mais a presença virtual de Julian no evento, mas já está valendo.
29.6.07
Continuum Perpétuo

Esse blog está meio parado ultimamente por um bom motivo: a preparação do evento Memória do Futuro, que comemora os 10 anos de arte e tecnologia no Itaú Cultural. Na base do pinga-gotas, informações e curiosidades serão inseridas aqui. Há uma expectativa especial em torno do simpósio, que contará com a participação de figuras emblemáticas. Julian Dibbell, por exemplo. A revista do New York Times publicou na semana passada um longo artigo dele sobre os "garimpos" da China, lugares que contratam jogadores de videogame para produzir a moeda do jogo, que é trocada por dinheiro real por gente de todo o planeta. Sem proselitismos: é imperdível.
Contextualizando o simpósio: Seja por motivos intuitivos ou psicológicos, o tempo sempre foi representado linear e cumulativamente ao longo da história. Destarte, passado, presente e futuro formam uma sucessão de momentos indivisíveis. Depois de Minkowski e Einstein, tempo e espaço uniram-se numa única entidade chamada de continuum – e os segmentos temporais, antes progressivos, se juntaram no presente absoluto. Tempos interligados e espaços comuns compõem um cenário no qual o instante é comprimido e as fronteiras nacionais são substituídas por espaços simbólicos. Ambientes virtuais, redes sociais, autorias colaborativas e sistemas complexos deságuam no continuum do novo milênio.
No dia 4 de Julho, o simpósio inicia-se com o key note Tempo e espaço, uma explanação do astrônomo brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão acerca do continuum, conceito oriundo da física que se refere ao composto espaço-temporal e ao princípio do evento.
No dia 5 de Julho, a mesa Propriedades e espaços comunais vai refletir sobre o continuum do conhecimento. A lei de propriedade intelectual, tal como está, interrompe e evolução da conhecimento para assegurar direitos individuais. Qual é o sentido de se proibir a recomposição de conteúdos candidatos ao rol de bens simbólicos universais? A cultura, mais do que nunca, pede passagem; o direito de passagem (com Ronaldo Lemos e Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses).
No dia 6 de Julho, o supracitado Dibbell, em conjunto com Eduardo Viveiros de Castro, fala sobre Universos e metaversos, uma reflexão sobre o continuum cultural (apud Ralph Linton). A cultura como uma espécie de alma do mundo, comum a todos os seres. É possível reunir a tendência multiculturalista da cultura ocidental com o multinaturalismo dos povos indígenas das Américas? Talvez isso já esteja ocorrendo dentro dos espaços múltiplos e interativos dos universos virtuais...
E, para fechar, no dia 7 de Julho, a mesa Controle e autonomia discutirá sobre o continuum desses dois elementos que, aparentemente, formam um oxímoro, mas que estão mais interligados do que nunca. A cibernética é a disciplina que estuda os sistemas – ou organismos – complexos e adaptativos. Rebate a incompatibilidade entre homens e máquinas, não os igualando, mas colocando-os sob o mesmo prisma. O que torna possível a percepção de sistemas complexos no reino animal, no mundo digital e, não menos importante, no campo político. Participam da mesa o ciberneticista brasileiro Isaac Epstein e a dupla Enrique Rivera e Catalina Holmgren, dois pesquisadores chilenos ligados ao instituto alemão ZKM e autores do projeto CyberSyn, que reconstitui por meio de uma instalação documental interativa o projeto de governo cibernético impulsionado por Salvador Allende e concebida pelo ciberneticista britânico Stafford Beer.
Feriado constitucionalista? Pense duas vezes...
16.6.07
Salvador or Bust!

No próximo dia 20, o Itaulab vai estar em Salvador, a convite do Goethe-Institut Salvador e da Universidade Federal da Bahia, para participar do ciclo de debates CIBERCULTURA REMIX – CULTURA LIVRE NO SÉCULO XXI. Será proferida uma palestra intitulada "As Duas Sementes de Dragão", cujo resumo é: Pensadores de povos localizados na periferia dos mercados globais substituíram o discurso da dominação colonialista pelo discurso de dominação cultural. Não mais o capitalismo procura por novas forças de produção e mercados emergentes situados nas bordas, mas por recipientes de caldos culturais imperativos. A perspectiva está lançada. Mas resta-nos acatar ou rejeitar a imposição? Ou haveria um tertium quid para o problema? O texto a seguir é calcado na premissa de que a chamada cultura hegemônica ocidental gerou dois singulares rebentos, ou melhor, duas sementes de dragão: a Internet...
...e a Antropologia.
7.6.07
Para a Sua Informação

Os leitores devem ter notado o sumiço da revista CIBERCULTURA do novo site do Itaú Cultural. Há uma explicação científica para tal ocorrido, fundamentada no espírito de época. No próximo dia 19, o Itaulab lança a nova Enciclopédia de Arte e Tecnologia que reúne dois produtos: o Panorama de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural e o veículo oficial do Itaulab. A nova enciclopédia é, portanto, um produto híbrido, mas que oferece novas funções para a participação do público e a formação de redes sociais.
Desde o iluminismo, as enciclopédias vêem exercendo um papel crítico na formação cultural da humanidade. Com o advento da Web 2.0, começa a configurar-se a tendência para dotar as enciclopédias de um modelo estrutural capaz de conglomerar as informações e, de quebra, descentralizar a elaboração de conteúdos. Os novos modelos, exemplificados na hoje respeitada Wikipedia, visam criar um ambiente colaborativo e favorecer a flutuação infinita das leituras possíveis, quer irradiando e cruzando os temas por elas tratados, quer reforçando o trabalho de indexação. Poderíamos afirmar que a os enciclopedistas deram lugar aos "wikipedistas"?
No dia 19, na sala vermelha do Instituto, essa pergunta será respondida por Lúcia Leão (dispensa apresentações) e Luis Henrique Fagundes, um dos responsáveis pela plataforma TikiWiki, a base da qual foi construída a nova enciclopédia. A dupla vai participar do debate que marcará o ponto de partida dessa nova aventura. Que Diderot e d'Alembert nos abençoem!
2.6.07
Ultima Peraltice de Hirst?
Talvez seja a magnum opus de Damien Hirst... “For the Love of God” é um crânio humano incrustado de diamantes no valor de cem milhões de dólares. O queridinho dos YBA foi longe demais dessa vez? Ou é o encontro glorioso entre arqueologia e arte contemporânea?
20.5.07
O Monstro de Seul
O filme “O Predador”, que está em cartaz, é imperdível por diversos motivos. Em primeiro lugar, o diretor sul-coreano Bong Joon-ho foi chamado de “Gogol de Seul” pela revista Artforum de janeiro. O monstro do filme pode até lembrar um pouco o do “Alien, o Oitavo Passageiro”, mas tem em abundância características clássicas, menos para Gojira e mais para o trabalho de Ray Harryhausen. Terceiro, sublinha a narrativa principal um sofisticado discurso político contra a imposição de “culturas” e “sociologias”. Por fim: a direção de arte e a trilha sonora (a direção geral, em suma) são brilhantes.
15.5.07
Universos e Metaversos
Há certas observações que não querem calar sobre o Second Life, o universo massivo que virou hype absoluto. A falta de criatividade arquitetônica, por exemplo, é uma limitação do programa interno de construção, o builder, "um programa primitivo (...), que possui apenas formas volumétricas básicas, como cubos, prismas e cones", segundo o designer uruguaio Fernando Vasquez (LINK, 14/05). Deve ser por esse motivo que largas porções do SL estão se transformando em verdadeiras "cidades fantasmas". Isso já foi martelado, inclusive nesse blog. Há outras considerações, mais antropológicas, a serem analisadas. Não é incrível que um universo virtual, onde as regras da sociedade real estão a anos luz de distância, reflita – de forma ampliada, suspeita-se – as mesmas normas de convivência? É o caso do "efeito elevador", por exemplo. Não são muito bem vistas e recebidas aproximações um tanto quanto excessivas, contatos visuais incisivos ou mesmo toques corporais não solicitados. É muito ocidental esse tipo de comportamento. Eurocêntrico, diríamos. O antropólogo italiano Massimo Canevacci – que passou ontem pelo Itaulab e gentilmente nos forneceu um texto, para a honra de CIBERCULTURA – tem o projeto de realizar missões etnológicas dentro do SL. Ele pretende criar um avatar chamado Malinowski II para realizar tal tarefa. Nada mais apropriado, já que o famoso antropólogo polonês era um funcionalista, isto é, acreditava que a práxis determina a cultura, e não vice-versa. Não apenas isso: para o funcionalismo, todas as ações, práticas e comportamentos humanos são determinados por impulsos biológicos básicos, justificados por interesses puramente econômicos. A proposta de Canevacci é deveras interessante. O produto não se tornou amplamente comoditizado? Mas fazemos uma contraproposta: não seria melhor criar o avatar Sahlins II? Ou um Viveiros II? Eles, com certeza, inverteriam a lógica da cultura e da razão prática. Colocariam um pouco mais de humanidade e subjetividade no Second Life. Independente das questões arquitetônicas e antropológicas vale muito à pena prestar atenção para as decorrências deste universo (ou metaverso?). Em breve, um call for performances...
2.5.07
Espelho Seu
Um dos traumas da cultura ocidental são as apropriações de conceitos, idéias, etc. Uma imagem mental é algo que se pode cercear como uma propriedade física? Uma das soluções para esse problema é reinstalar a noção de sincronicidade para justificar as coincidências simbólicas que ocorrem em tempos e espaços diferentes.

O prólogo é para comentar sobre "A Invenção de Loren", peça da dramaturga e diretora Ana Roxo que estreou no espaço dos Satyros Dois, em São Paulo. Basicamente, o argumento é sobre uma empresa especializada em fornecer amigos imaginários para pessoas solitárias. Há um foco em mulheres virtuais, e um exemplo que vêm à cabeça é a Gazira Babeli. De qualquer modo, é absolutamente incrível a semelhança da dramaturgia com o projeto LOREN, THE TEXTUAL-WOMAN, de 1997. Não há uma acusação de plágio. Há apenas o desejo de entender a sincronicidade. Nada mais. Há também o desejo de comentar o fenômeno com a diretora. Ana Roxo: você está copiando (na acepção radioamadora)? Se sim, entre em contato, por favor.

O prólogo é para comentar sobre "A Invenção de Loren", peça da dramaturga e diretora Ana Roxo que estreou no espaço dos Satyros Dois, em São Paulo. Basicamente, o argumento é sobre uma empresa especializada em fornecer amigos imaginários para pessoas solitárias. Há um foco em mulheres virtuais, e um exemplo que vêm à cabeça é a Gazira Babeli. De qualquer modo, é absolutamente incrível a semelhança da dramaturgia com o projeto LOREN, THE TEXTUAL-WOMAN, de 1997. Não há uma acusação de plágio. Há apenas o desejo de entender a sincronicidade. Nada mais. Há também o desejo de comentar o fenômeno com a diretora. Ana Roxo: você está copiando (na acepção radioamadora)? Se sim, entre em contato, por favor.
20.4.07
Endoscopia em Frutas
12.4.07
Abraço Simultâneo
3.4.07
Cibernética e Design
Upgrade! International é uma rede internacional que promove encontros de artistas, curadores e a comunidade de novas mídias. O nó de São Paulo vai estrear com a apresentação de "Cibernética na Arte: da teoria às experimentações artísticas" da pesquisadora, artista e professora da USP, Silvia Laurentiz (a curadoria é de Martha Carrer Cruz Gabriel). A cibernética parece ser um tema mais atual do que nunca, pois, segundo a Silvia, é uma disciplina que estuda os sistemas - ou organismos - complexos e adaptativos, ou seja, mescla o reino animal e digital de forma inconsútil. O evento é imperdível e acontece no dia 18, com acesso gratuito. Aproveitando o espírito de "serviços", anunciamos que o Centro Universitário Senac está lançando mestrado em design e, em celebração, promove o 1º Seminário de Pesquisa em Design, Comunicação e Cognição, com a participação de vários cognoscenti.
30.3.07
Embate Criativo
UPDATE (22:00): o vídeo do Aeromamulengo é um ticker poético. Já o vídeo dos Cosplayers é para inspiração. Ambos vistos, de confesso, a posteriori. Aqui há mais (notar o outrocicloide).
28.3.07
Rubik Espelhado
23.3.07
Wonder Woman
21.3.07
Trangressão Pós-nacional
20.3.07
O Prank do Fim do Mundo

MENSAGEM AOS HOMENS DE BOA VONTADE: NÃO SE ENCLAUSUREM NOS GRILHÕES DE SEUS COMPORTAMENTOS INCONSEQÜENTES E CRIMINOSOS. SALVEM URGENTEMENTE O NOSSO PLANETA!
É com a emissão de mensagens desse porte que Fred Forest inaugura seu mais recente prank na 1º Bienal del Fin del Mundo, que compreende uma instalação no farol e um terminal disposto em uma das celas do presídio de Ushuaia, na qual os visitantes poderão consultar um site na Internet e acionar os emissores de conclamações que pouco a pouco se multiplicarão sob a abóbada celeste.
O texto conceitual do projeto, enviado por Forest ao Blog do Itaulab, começa da seguinte forma: No topo das prioridades da ecologia está a mente e a inteligência, que juntas poderão nos conscientizar dos perigos iminentes que nós mesmos criamos, de modo que possamos garantir as condições mínimas de nossa própria sobrevivência durante toda a continuidade de um tempo eterno - um tempo que poderá ter a energia positiva do mundo e uma sabedoria ancestral. O farol de Ushuaia, postado como uma sentinela, emitirá incansavelmente seus sinais do Pólo Sul para o Pólo Norte. Essa progressão ocorrerá seguindo linhas flexíveis e moveis de ondas, que se multiplicarão até o infinito e acabarão por envolver o planeta inteiro com um véu invisível. Esse véu, tecido pela expressão coletiva dos homens de boa vontade, será como a túnica leve de um xamã dotado de poderes eletrônicos. Uma túnica que a partir de agora nos protegerá das tentações mortíferas da civilização: do ruído e do furor, da poluição, da violência, da fome indigna, do terrorismo, do fanatismo de todo tipo, da predação sistemática das riquezas naturais.
O impulso de mudar o vetor de fluxos culturais, expresso no termo "do Pólo Sul ao Pólo Norte", é a epítome dos novos anseios de difusão cultural, que contrariam os atuais fluxos de informação (ver imagem abaixo). O padrão hegemônico é descrito de forma lúcida por Moacir dos Anjos no livro Local/Global: Arte em Trânsito: Outra manifestação das estruturas hierarquizadas de poder que presidem os processos de transculturação é encontrada no caráter assimétrico dos fluxos de informação mundializados, muito mais volumosos no sentido das regiões centrais para as periféricas do que na direção oposta, o que faz com que as formas culturais criadas nas regiões que possuem hegemonia do processo de globalização sejam melhor difundidas e afirmadas mundialmente do que as ressignificações que delas são feitas a partir de culturas locais e, evidentemente, do que criações somente nestas assentadas.

Mas as estratégias de Forest, que estão sendo desenvolvidas desde a década de 60, são mais "pé no chão", seja lá o que esse termo signifique lendo as seguintes linhas (e entrelinhas): A sentinela do fim do mundo, erguida entre o céu, o mar e a terra, lançará sua mensagem de sabedoria e de inteligência para que os homens, num último lampejo derradeiro, possam reconsiderar suas atitudes. A tecnologia - que vai deixar de ser um objeto de vigilância, opressão e morte - vai permitir que a sentinela do fim do mundo emita ondas "positivas". São ondas luminosas e sonoras que vão varrer o planeta em toda a sua extensão para iluminar as nossas mentes. Cada um poderá oferecer o seu corpo a essas ondas de fluxo benéfico conectando seu computador, qualquer que seja a posição em que se encontre em termos de latitude e longitude, seu local geográfico ou o país da Terra: Gaia, a mãe de todos nós.
O manifesto, proferido por outro que não fosse Fred Forest, soaria como uma logorréia new age. Mas dito pelo prankster
Lendo a primeira etapa do projeto, a sátira desvela seus contornos cínicos: um emissor de ondas curtas será instalado de modo simbólico no alto deste farol e divulgará uma mensagem gravada em várias línguas. Ou seja, a imanência da "obra" continua sendo transcendental. Na segunda etapa, será criado um site na Internet permitindo a divulgação mundial de uma mensagem ilustrada com a imagem deste farol, uma espécie de entidade mítica batizada de A Sentinela do Fim do Mundo. Por meio de uma animação gráfica superposta à foto, ondas concêntricas móveis emanarão da parte superior desta figura-tótem erguida no céu. Um botão interativo permitirá desencadear as ondas e outro inserir mensagens.
Mais uma vez, Forest se diverte e, ao mesmo tempo, combate.
19.3.07
Historiadores do Futuro
Conhecer o passado do futuro para saborear melhor o presente. É assim que resumimos o livro MediaArtHistories, editado por Oliver Grau. Um trecho do release: A arte digital progrediu a ponto de se tornar uma das mais importantes manifestações artísticas contemporâneas, a despeito de ainda não ser reconhecida por instituições tradicionais, nem suficientemente arquivada ou incluída de forma sistemática em acervos, muito menos representada por completo nos cursos de graduação de História da Arte e outras disciplinas acadêmicas. Para superar essa lacuna, o projeto reuniu autores renomados da Europa e dos EUA, como Rudolf Arnheim, Peter Weibel, W.J.T. Mitchell, Oliver Grau, Lev Manovich, Erkki Huhtamo, além de alguns representantes da Ásia e da Austrália, como Machiko Kusahara e Sean Cubitt. Obviamente, o aspecto histórico da arte tecnológica é tratada com a devida atenção. Os colaboradores traçam a evolução das chamadas artes digitais, das máquinas automáticas do século 13 islâmico, espetáculos de phantasmagoria do século 18, lanternas mágicas, até as invenções de Marcel Duchamp, a arte cinética e a Op art dos anos 1960. Uma resenha acurada do livro está sendo preparada para CIBERCULTURA.
18.3.07
Bacilos e Saúvas
Aqui vai uma paráfrase jocosa de Gaspari. MARIODEANDRADE@NET para BARBARA@UOL: os males do Brasil não são a pouca saúde e as saúvas; o grande mal é o atraso no campo das idéias. Se nem os filósofos nacionais conseguem conter suas emoções perante as barbaridades brasileiras, por que meros livres pensadores assim o fariam? Difícil mesmo é ficar calado após a leitura do texto Cultura de Bacilos, encontrado na Folha e divulgado na Internet como se fosse um “achado”. Nele, a jornalista ataca o Minc por investir em pontos de cultura relacionados ao funk, rap e hip-hop, pois isto não é “criação nossa”. O melhor seria, diz ela, investir em axé e música sertaneja, ou mesmo em divulgação de textos de Machado de Assis e Guimarães Rosa. Tupã! Livrai-nos de semelhantes mal traçadas linhas! Já é tempo de rebater visões inconsistentes de cultura, que irrompem solertes na mídia com incômoda freqüência. Há novas perspectivas, boa gente! E elas implicam em confusão! Para o seu governo, senhora, o hibridismo não é uma experiência biológica nazista; é o processo de aunar a uma cultura hegemônica as forças criativas locais e periféricas. Aliás, a própria idéia de “cultura hegemônica” cai por terra quando esta é recondicionada e injetada novamente no circuito das comunicações não apenas com uma nova roupagem, mas com um novo significado e um novo vetor. E essa é a boa nova! As novas perspectivas, senhora, enterram de vez posições puristas das quais se fundam as resistências vernaculares e as noções essencialistas de identidade! Até as famosas antinomias – popular/erudito, tradicional/moderno, local/global – empalidecem diante da proposta de uma cultura supranacional. Em resumo, senhora: criticar a McDonaldização da cultura é uma platitude tão antiga quanto pichar Yankees, go home! A onda agora, anote, é a confusão.
14.3.07
Fast Track
Os carros sempre causaram fascinação, seja ela mórbida – ballardiana (termo já localizável em dicionários ingleses) – ou estética. Neste segundo quesito, surgiram no radar de hoje dois exemplos interessantes e merecedores de postagens. O grande Olafur Eliasson (ídolo de alguns curadores e artistas brasileiros) foi comissionado para decorar o H2R, o carro da BMW movido a hidrogênio (abaixo). E o artista inglês Benedict Radcliffe realizou um carro em wireframe, uma escultura não digital, mas real.
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